Você já deve ter ouvido que a China é fechada ao cristianismo,
na verdade, não só ao cristianismo, o governo oprime qualquer grupo religioso
ou político que possa ter força para organizar uma rebelião ou protesto. O que
muitos não sabem é que o governo permite que os chineses pratiquem sua fé,
desde que tudo seja controlado pelo país.
Hoje na China, existem, oficialmente, cerca de 100 milhões
de cristãos na China mas alguns acreditam que existam 3x mais pois muitos não
frequentam a igreja oficial do governo.
Na verdade, o Movimento Patriótico da Tríplice Autonomia
Igreja Chinesa foi estabelecido pouco depois da revolução comunista, ficando
sob a direção do Partido Comunista. O objetivo era isolar as igrejas no país e
controlá-las tanto quanto fosse possível. Por exemplo, como a China não tem
relações oficiais com o Vaticano oficialmente, a inferência do Papa sobre a
Igreja Católica da China não é reconhecida.
O governo controla a igreja oficial de tal forma que o
pastor muitas vezes não é nem cristão, é só um funcionário público escalado
para falar sobre um certo assunto da bíblia. Câmeras são instaladas em todos os
ângulos da igreja e existem guardas de plantão monitorando tudo que acontece no
local. Os pastores são proibidos de fazer apelo e o discurso durante o culto é
pré-determinado e aprovado pelo governo.
Os número de cristãos que frequentam a igreja oficial cresce
a cada dia e muitas vezes o que a igreja oferece não está sendo o suficiente
para saciar a fome de um novo convertido ou de alguém que quer aprender mais
sobre a palavra, então estas pessoas passam a frequentar os cultos caseiros,
conhecidos como as igrejas clandestinas ou a igreja perseguida. Ela se chama
perseguida porque é proibida, podendo os participantes serem presos ou
deportados no caso de serem estrangeiros.
Um culto caseiro apenas de estrangeiros é permitido, desde
que não atrapalhe a vizinhança e que seja discreto, mas para os chineses, esse privilégio
não existe. Desde que eu era criança ouvia falar de como essas reuniões
caseiras eram realizadas com chineses. Muitas vezes a polícia bate na porta
para saber o que está acontecendo e algumas vezes cola alguma desculpa e tudo
passa despercebido mas quando isso não acontece é xilindró na hora. Por isso,
muitos líderes religiosos participam de treinamentos de fuga, aprendendo a
pular muros, se esconder, saltar de lugares altos, para conseguirem correr caso
sejam percebidos pelo governo.
Todos tomam muito cuidados nessas reuniões, por exemplo,
existem “batidas na porta” específicas para saber quem está entrando; alguns
assuntos não são tratados quando se têm visitantes pois todos são suspeitos e
existem aqueles que apelam por uma estratégia mais radical como fazer cultos “mudos”
e em lugares de difícil acesso.
Os cristãos são muito perseguidos na China, mas quando se
convertem, é de todo coração e poderemos ter a certeza de que eles farão de
tudo pela fé.
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ResponderExcluirJa tinha ouvido um bocado de coisa sobre as dificuldades dos cristãos na China, mas o treinamento de fuga é informação nova. Gostei e vou orar.
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